quinta-feira, 14 de abril de 2011

Não matei ninguém, diz vendedor de arma de tragédia

O homem que vendeu um revólver 38 a Wellington Menezes de Oliveira, 23, disse que, se adivinhasse como sua arma seria usada, não teria vendido e teria entregue o jovem à polícia. Wellington usou a arma no ataque que deixou 12 estudantes mortos na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo (zona oeste do Rio), no último dia 7.
"Eu não matei ninguém. Ele não falou que era pra isso, falou que era pra defesa pessoal", disse Manuel Freitas Louvise, 57, preso nesta quinta-feira.

Louvise foi encontrado em sua casa, em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense). Ele disse que trabalhava na mesma empresa que Wellington e que vendeu a arma em setembro de 2010, pois precisava de dinheiro para consertar um carro. Ele tinha o revólver desde 1978.
Segundo Louvise, que falou à imprensa após ser detido, Wellington disse a ele que se mudaria para Sepetiba e que precisaria de uma arma para sua segurança. "Se eu pudesse adivinhar o que iria acontecer não tinha vendido [o revólver]", afirmou.

"Ele quase não conversava com ninguém. Eu conversava com ele na portaria, e ele falou que precisava de uma arma. Eu precisava de dinheiro", disse Louvise, que tem um neto de 12 anos, idade de uma das vítimas do massacre em Realengo.
"Se eu adivinhasse, eu mesmo entregava ele", afirmou. De acordo com ele, "foi uma tristeza imensa" receber a notícia sobre o crime.

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