Os fatos e boatos neste finalizar de ano se intensificaram nos quatro cantos da cidade e mostraram para as classes governamentais que a comunidade sarandiense está atenta, sintonizada e conectada com o desenrolar dos acontecimentos.
As urgências sociais eclodem e se alastra feito “fogo em palha” levando o cidadão comum a se sentir ainda mais diminuído em sua garantia de direitos.
Aí vem a pergunta: até quando vamos continuar refém dos desmandos e desacertos da governabilidade local e pagarmos um preço alto por falta/omissão das instituições públicas em não prestar um serviço de mínima qualidade e respeito com o trabalhador?
Será que não há mecanismo em que sociedade possa interagir junto ao poder público para que saiamos do palanque do discurso para o campo da prática? Até quando irão abusar da paciência e da hombridade de um povo?
Ao que parece, estamos numa espécie de “caos administrativo público”. Contraída, originariamente, por uma sequencia de ingerências, tais como a questão da queda do fundo de participação dos municípios, perca de investimentos por falta de contrapartida da Prefeitura, saúde em péssimas condições, estado lastimável de conservação da malha urbana, desentendimentos intra secretários, omissão administrativa entre outros que constitui o elenco de situações calamitosas que afligiram a cidade e o cidadão sarandiense neste ano.
Isto nos leva refletir o pensamento da escritora Joanne K. Rowling (autora do livro Harry Potter): "O que tiver de vir, virá, e apenas teremos de lidar com isso quando vier."
Entretanto, assistimos o desfigurar de um governo que insiste em errar e a dar “tiro de canhão para matar mariposas”.
Sem contabilizar que demonstrou ser ineficaz em não saber interagir com a força da democracia participativa que poderiam, muito bem, oferecer-lhes gratuitamente as respostas necessárias para tanta problemática, bastando para isso que pedissem ao povo esta ajuda social. É lamentável.
Pois é, a comunidade vem dia-a-dia manifestando que está saindo desta condição de “espectador” e evoluindo para “protagonista” em virtude de se estar se mobilizando para uma “atuação mais direta” contra a conjuntura instalada de falta de governabilidade, podendo chegar a “vias de fato” como bem nos ilustra o imortal soneto de Carlos Drummond de Andrade “... E agora, José? A festa acabou, A luz apagou, O povo sumiu, A noite esfriou, E agora, José? E agora, você?.
Esta novidade irá criar uma dificuldade diálogo entre as partes, pois a desconfiança com os gestores ultrapassou a barreira do tolerável. Isto é traduzido social pelos diversos “pipocar” de atos públicos que poderão se desenrolar daqui para frente em nome da insastifação popular.
A realidade hoje em Sarandi é até traduzida biblicamente, quando Jesus disse no Livro de Mateus, Capitulo 24, versículo 10, “... Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão...”. E este tempo parece que chegou a Sarandi.
Não serão fáceis os novos tempos de 2010, não só para a classe política, mas para toda a população sarandiense, pois ao que sabemos, infelizmente, a “corda sempre arrebenta no lado mais fraco”.
Portanto, será preciso tomar medidas não mais paliativas do tipo emergencial e setorial serão necessárias ações mais integradas com responsabilização pelas partes envolvidas para não se perder uma das mais brilhantes conquistas do sarandiense: a cidadania.
Por:
Dr. Allan Marcio Vieira da Silva
Cirurgião Dentista
Especialista em Políticas Públicas e Saúde Coletiva
MBA em Gestão Pública e Responsabilidade Fiscal
Conselheiro Municipal de Assistência Social e Conselho da Cidade
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